segunda-feira, 13 de julho de 2009

Monólogo

Era de noite, um rapaz caminhava por uma rua vazia, cheia de cantos escuros onde apenas alguns postes de luz iluminavam quando e onde bem entendiam.
De repente do nada ele ouviu uma voz.
― Você não precisa disso.
E como se a coisa mais normal do mundo começou a conversar com aquela voz:
― Do que está falando?
― Esse sentimento... Você não precisa dele
― Qual sentimento?
― Ela...
O rapaz parou de andar como se tivesse levado um susto.
― Eu sei o que você sente por ela.
Sabia que não podia evitar aquela conversa, já que fora ele que a tinha iniciado, então tentou entender o que se passava.
― Porque diz que não preciso?
― Olhe para você... Fraco... Indeciso... Como se não conseguisse viver sozinho... Como se apenas precisasse dela para viver... Ridículo.
― Não preciso.
A voz riu-se.
― Não pode me enganar, não pode nem enganar a si mesmo.
― O que quer que eu faça?
― Esqueça... Continue sua vida... Apague o que você começou a queimar... Volte a ser o que era antes.
― Não posso fazer isso... Eu era triste... Sozinho... Eu era morto.
― Não vejo vantagem nenhuma no morto vivo que se tornou.
― Mas eu tenho ela.
― Tem? Chama isso de ter?... O seu “ter” não passa de conversas e brincadeiras casuais. E sabe de uma coisa?... Eu não a vejo dando a mínima atenção para você... É como se você não importasse para ela... Como se fosse apenas mais um.
― Voc... Você está errado ― O rapaz recomeçou a andar tentando fugir da conversa.
― Errado? Então me diga por que simplesmente não diz para ela o que sente por ela?
― Não é tão simples... Não dá... Não posso.
― Como você é fraco... É fraco demais ara dizer o que sente e é fraco demais para voltar a ser o que era. E no meio disso tudo fica ai sofrendo... Eu devia é acabar com isso logo.
A voz começou a enforcá-lo, mas ao mesmo tempo em que enforcava o rapaz também se sufocava como se também estivesse se enforcando. Apertou, mas depois de um tempo não aguentava mais e soltou.
― Desgraçado... Só não te mato porque isso também me mataria. Por quê?...Por quê?... Só quero que me diga por que continua nisso se até você mesmo você sabe que não vai dar certo?
― Por que... Com ela... Me sinto completo.
― Completo?... Não... Eu e você... Você só precisa de nós dois para ser completo... Só nós dois.
― É isso mesmo, dois, sempre seremos dois... Já com ela não... Com ela eu sinto como se um mais um fosse... Um... Completo.
A conversa continuava sem chegar a acordo algum. E ao longe só se via um rapaz caminhado sozinho por uma rua escura.

5 comentários:

  1. muite interessante este monologo!!!

    de onde surgiu esta inspiraçao especial???

    espero k tu n sejas o tal rapaz...

    bjos

    gostei muito

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  2. adoreeeii
    eu me surpreendo cada vez que venho aqui,
    apesar de tanto tempo sem vir
    isso me fez muita falta

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  3. Obrigada lindo !

    Gosto muito de visitar o seu tbm, desculpe a ausencia !

    Um beijooo de luz


    Bons Ventos a nós !

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  4. Boa história rapaz. Realmente existem coisas que só o tempo leva embora.

    Abraço e continue...

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