quinta-feira, 30 de abril de 2009

Velhos companheiros

Os olhos Vermelhos se abriram
Eles me levam
Deixo-me levar

Para viver
Ou morrer,
Ou para quem sabe
Viver um não viver

Não importa
Não faz diferença
Eu não sinto medo
Eu não sinto dor
Eu não amo
E nem odeio

No final, o resto
Os prazeres fúteis
A paciência o impaciente
A maldita neutralidade
Desse estado latente

Talvez daqui um dia
Ou uma eternidade
Quando essa guerra terminar
E sobrar apenas eu,
Eu possa ver o sol nascer
E sorrir

Os olhos vermelhos voltaram,
Mas eles nunca se foram

terça-feira, 21 de abril de 2009

Hein?

Escrevemos o que sentimos, escrevemos a mais pura verdade mesmo que tenhamos fingido sentir para escrever foi verdade nem que tenha sido apenas por alguns instantes, porque quando inventamos e escrevemos parte daquilo se torna real, mas ai eu pergunto:
— O que escrever quando não sentimos nada?

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Uma saída

Esse mundo insano me rodeia
Essa multidão ameaça me engolir
Tentado pelas pessoas
Pessoas sem rumo
Pessoas sem rosto

Preciso fugir daqui
O medo começar a se revelar
A fraqueza começa a ceder
Minhas asas negras me envolvem,
Transportam-me para o meu mundo

Obscuro
Vazio

E aqui solitário
Perdido em pensamentos
Só ouço a ecos
Só vejo névoa

Vejo a Carne competir com o Coração
Para ver que fala mais alto
Enquanto minha mente sussurra
― O que você busca?

Não sei
Só quero uma saída
Desse mundo sem sentido

Uma saída rápida
Apenas um cortar de lâmina e...
O pulso sangra
O coração para
O corpo morre
A mente se liberta

― E depois?

Não sei,
mas não vou descobrir.


Vou me manter vivo
― Por quê?
Simplesmente, porque
Por enquanto,
Ainda me é conveniente
Mas só por enquanto